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FUTEBOL CATARINENSE DAS ANTIGAS: Mafrense Leocádio Consul, um cracaço que a televisão não mostrou

Por © 2022 Esporte Show - Todos os direitos reservados. em 11/07/2024 às 11:01:51
Fotos: Divulgação/Assessoria/fcf

Fotos: Divulgação/Assessoria/fcf

Em seus primórdios, lá no início da década de 1970, o advento da televisão no Brasil chegava às casas da classe média brasileira. Ter um "Colorado RQ" na sala era sinônimo de status que impressionava as visitas.


E olha que estamos falando de um televisor estruturado em madeira inferior. No meio havia uma tela de tubo catódico que projetava imagens cheias de chuviscos e falhas no sinal.

Bem antes daquela novidade revolucionária, a rotina dos lares era preenchida por uma caixa de madeira envernizada que "falava". Dela saíam vozes persuasivas. Receitas de bolo, mexericos, conselhos, e presságios do zodíaco era o que havia de mais "sofisticado" para distrair a atenção.

Foi neste contexto que o futebol acabou se tornando o esporte mais popular do país. Através das ondas curtas e médias do rádio.

Destaque para os times do eixo Rio-São Paulo. E foi através de prefixos famosos como Rádio Nacional, Tupy, Record, Excelsior e Globo que hoje em dia Vasco, Flamengo, Botafogo, Santos, Palmeiras conquistaram milhares de torcedores pelo país afora. Os dribles de Mestre Zizinho, a volúpia de Ademir Menezes o "Queixada", ou a "Folha Seca" de Didi o "Príncipe Etíope", eram construídas na imaginação através de célebres narradores do rádio esportivo brasileiro. Só pra citar alguns: Pedro Luis, Oduvaldo Cozzi, Waldir Amaral, Jorge Cury e Fiori Gigliotti.

Mas e o resto do grande universo de craques pelos rincões do país? Ficavam restritos às suas plateias locais e seus nomes divulgados pelas emissoras de rádio em suas respectivas localidades.

Foi neste contexto que jogadores excepcionais acabaram escondidos no anonimato.

Um deles foi o mafrense, Leocádio Consul (foto abraçado à Levir Culpi) um camisa 8 com arroubos de um fora-de-série.

Em 1969, após ter sido peça-chave na conquista do último título da história do Metropol, ele e o presidente, Dite Freitas, já estavam dentro do avião no aeroporto Afonso Pena em São José dos Pinhais de onde seguiriam para o Rio. Leocádio seria vendido por uma quantia relevante. Algo que daria pra comprar uma nova casa e um carro da moda. No entanto, quando a aeromoça iria fechar a porta da aeronave surge um sujeito que em voz alta pediu por Leocádio. Disse que o presidente do Coxa os esperava no Belfor Duarte (atual Couto Pereira) pra cobrir qualquer proposta que o Vasco lhe oferecesse.

Rapidamente os três desembarcaram do avião e se dirigiram para o Alto da Glória. A história que se seguiu está descrita nos almanaques do Coxa e em várias plataformas. Leocádio Consul se tornaria uma dos maiores craques da história do Coritiba. Meia-direita que hoje jogaria como titular em qualquer equipe de ponta do futebol brasileiro. Inteligente, rápido, fazia a inversão de jogadas à frente da grande área com extrema facilidade. O toque de letra era uma de suas credenciais pra ludibriar o adversário.

Dizem às más línguas que ele tinha bola pra jogar no "velho continente", mas que os excessos extra-campo desabonaram o interesse pelo seu concurso. Tese que caía por terra quando ele entrava em campo. Com dribles desconcertantes e tabelas milimétricas com Zé Roberto, o "Gazela", eles quebravam qualquer linha de marcação.

Hoje aos 78 anos e recluso em sua humilde casa no planalto norte, Leocádio Consul revive o passado através de fotos e recortes de jornais. Saudades de ter feito parte daquela geração de supercraques que a televisão não mostrou.

Texto: Jefferson Nascimento



Fonte: Assessoria FCF

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